Contribuições Históricas das Mulheres na Engenharia

Ao longo de décadas, as mulheres têm travado uma batalha pela igualdade de direitos e oportunidades em todos os setores da sociedade. Apesar dos avanços significativos alcançados, quando se trata do mercado de trabalho, é evidente que certas áreas, como a Engenharia, ainda estão predominantemente ocupadas por homens.

Fala-se muito da importância da engenharia para a sociedade de forma geral. As grandes contribuições dessa área das ciências para a indústria, o comércio, a saúde e as demais áreas da sociedade são imensuráveis tendo em vista os avanços tecnológicos gerados. Contudo, ao falarmos de Engenharia, muitas vezes remetemos a um ambiente masculinizado, porém, é importante enfatizar a relevância que as mulheres geraram para essa área. Foram muitas, que quebrando os estereótipos sociais, garantiram o avanço tecnológico e proporcionaram revoluções na engenharia. Pensando nisso, uma pergunta vem à mente, EXISTE ENGENHARIA SEM AS CONTRIBUIÇÕES DAS MULHERES?

Ainda hoje, as engenharias são majoritariamente compostas por homens, pois ainda não quebrou-se os estigmas de que as mulheres podem construir e fazer engenharia no dia a dia. Por conta disso, deve-se enfatizar as conquistas das mulheres nesse meio e lembrar-se constantemente de nomes como Margaret Hamilton ou Ada Lovelace. Pois o que pode trazer a diversidade para as engenharias é mostrar às pessoas que essa diversidade já se fez presente no meio e que esse olhar de ambiente masculinizado já não é mais uma realidade. Com isso, vamos a pergunta:

EXISTIRIAM ENGENHARIAS SEM AS CONTRIBUIÇÕES DAS MULHERES?

Desde o início da história da engenharia, mulheres têm contribuído com suas habilidades para impulsionar avanços inovadores em diversas áreas. Seja na construção de pontes, no desenvolvimento de software ou na pesquisa biomédica, as mulheres têm desempenhado um papel fundamental ao longo da história da engenharia. Muitas tecnologias não existiriam sem a ajuda das mulheres nas engenharias.

QUAIS FORAM AS CONTRIBUIÇÕES DAS MULHERES?

Muitas mulheres contribuíram deixando suas marcas, e hoje vamos conhecer algumas dessas visionárias que fizeram contribuições significativas no campo da engenharia.

EMILY ROEBLING

Foi uma engenheira civil estadunidense conhecida por suas contribuições em um período de mais de uma década para a construção da Ponte do Brooklyn

Ela se tornou responsável pelo projeto depois que o engenheiro encarregado, o seu marido Washington Roebling, foi atingido pela doença de descompressão (também conhecida como mal dos mergulhadores). A partir desse episódio ela passou a mediar a comunicação entre Washington e a equipe no local da construção; e aprendeu engenharia de propósito para assumir esse trabalho. Ela também foi a primeira mulher a dirigir a Sociedade Americana de Engenheiros Civis.

HEDY LAMARR

Atriz e inventora austríaca radicada no Estados Unidos, Hedy Lamarr começou sua carreira nas Artes Cênicas, participando em mais de 30 filmes ao longo de 28 anos de carreira. Mas, muito além disso, ela ainda fez uma importante contribuição tecnológica durante a Segunda Guerra Mundial, uma co-invenção, com o compositor George Antheil, um sistema de comunicações para as Forças Armadas dos Estados Unidos que serviu de base para a atual telefonia celular.

A ideia surgiu ao lado do compositor George Antheil em frente a um piano. Juntos, Antheil e Lamarr submeteram a ideia ao Departamento de Guerra norte-americano, que o recusou, em junho de 1941. Em agosto de 1942, foi patenteado por Antheil e “Hedy Kiesler Markey”. A versão inicial consistia na troca de 88 frequências e era feito para despistar radares, mas a ideia pareceu difícil de realizar na época. A ideia do aparelho de frequência de Lamarr e Antheil serviu de base para a moderna tecnologia de comunicação, tal como COFDM usada em conexões de Wi-Fi e CDMA, usada em telefones celulares.

Conhecida como uma das atrizes mais glamourosas de Hollywood na década de 1940, Hedy Lamarr também deixou sua marca na engenharia. Lamarr co-patenteou um sistema de comunicação de salto de frequência durante a Segunda Guerra Mundial, que serviu como base para tecnologias modernas como o Wi-Fi, o Bluetooth e o GPS. Sua genialidade e inventividade são um testemunho da diversidade de talentos das mulheres na engenharia.

ADA LOVELACE

Foi uma matemática e escritora inglesa. Hoje é reconhecida principalmente por ter escrito o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage. Durante o período em que esteve envolvida com o projeto de Babbage, ela desenvolveu os algoritmos que permitiriam à máquina computar os valores de funções matemáticas, além de publicar uma coleção de notas sobre a máquina analítica. Por esse trabalho é considerada a primeira programadora de toda a história.

MARGARET HAMILTON

Ela liderou a equipe responsável pelo software de voo de bordo do módulo de comando Apollo e do módulo lunar. Uma mulher pioneira no campo da ciência da computação numa época em que a disciplina era quase exclusivamente masculina; um diretor de laboratório de engenharia de software antes mesmo de “engenheiro de software” existir como cargo; e uma conquista em seu nome que desafia qualquer comparação com qualquer outro empreendimento humano. 

Depois da missão Apollo, ela não parou de pousar astronautas na lua. Ela também contribuiu para o Skylab , a primeira estação espacial americana, e para o ônibus espacial. Em 1986, fundou a Hamilton Technologies, Inc. , uma empresa de desenvolvimento de software.

EDITH CLARKE

Foi uma engenheira eletricista americana, a primeira mulher a trabalhar profissionalmente como engenheira eletricista nos Estados Unidos, e a primeira mulher professora de engenharia elétrica no país. Além disso, ainda foi a primeira mulher a apresentar um trabalho no Instituto Americano de Engenheiros Eletricistas e a primeira engenheira cuja posição profissional foi reconhecida pela Tau Beta Pi, a mais antiga sociedade de honra de engenharia e a segunda mais antiga sociedade de honra colegiada dos Estados Unidos. Ainda, é a primeira mulher nomeada membro do Instituto Americano de Engenheiros Eletricistas. Edith Clarke cumpriu um papel importantíssimo na engenharia, sendo pioneira em inúmeras áreas e atribuições, as quais nem se sonhava em ter uma mulher em tais ambientes acadêmicos. A mulher ao qual abriu caminho para que muitas outras meninas e mulheres pudessem seguir a carreira da engenharia elétrica, eletrônica e suas especializações.

O que tira-se de ensinamento com todas essas mulheres?

À medida que refletimos sobre as contribuições históricas das mulheres na engenharia e na tecnologia, é evidente que suas realizações foram cruciais para moldar o mundo que conhecemos hoje. Desde os primórdios da computação até a exploração do espaço e o desenvolvimento da internet, as mulheres têm sido pioneiras em campos que muitas vezes foram dominados por homens. Ao celebrarmos suas conquistas, também reconhecemos a importância de promover a diversidade e a inclusão nas áreas de STEM, garantindo que mais mulheres tenham a oportunidade de deixar sua marca na história da engenharia e da tecnologia. 

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Este post tem 3 comentários

  1. Carlos Roberto

    De todas essas histórias, a da Ada Lovelace e a da Margareth Hamilton são as minhas preferidas, mas senti falta da Kimberly Bryant hein…

  2. Eduardo Cantagalo

    Acredito que o lugar das mulheres é onde elas quiserem. Afinal, existem muitas EDITH CLARKE que ropem os limites que foram preconceituosamente colocados pela sociedade! Muito boa essa matéria!